A importância do bem-estar emocional para o aprendizado

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A importância do bem-estar emocional para o aprendizado

Sentir-se bem, aprender bem

Nosso estado de bem-estar emocional e psicológico pode ser determinante para a aprendizagem. Entenda essa relação e veja como melhorar seu desempenho

Publicado por Camila Pereira
Data: 24/05/2021

Em março de 2020, quando o trabalho remoto ainda era uma novidade para a maioria de nós, fomos bombardeados com oportunidades para estudar on-line. De workshops gratuitos a cursos completos, eram inúmeras as ofertas para aproveitar o “tempo extra” trazido pela necessidade de se proteger da pandemia de Covid-19. Isso pode até ter empolgado no início. Porém, logo ficou claro que nossa capacidade de dar conta de todas as tarefas na nova realidade não era exatamente igual à de antes. A deterioração de nosso bem-estar emocional entrou em cena. Aprender, em especial, se mostrou bastante desafiador  tanto para as crianças quanto para os adultos que tentavam ganhar novas habilidades.

Do ponto de vista neurológico da aprendizagem, isso não é surpreendente. O neurocientista português António Damásio mostrou que, ao contrário do que se acreditava até então, os processos racionais realizados pelo nosso sistema neurológico não estão dissociados das nossas reações emocionais, muitas vezes entendidas como instintivas. São as nossas emoções, na verdade, que nos dão a motivação para aprender algo ou resolver um problema em primeiro lugar. Elas também determinam o nível de concentração que conseguimos empregar  afinal, distrações nada mais são do que outras motivações que competem pela nossa atenção.

O estudo autônomo é bem mais difícil para elas. Situações de estresse elevado como a da quarentena, que atingem as pessoas de forma muito diferente de acordo com o seu grau de vulnerabilidade, prejudicam a capacidade de focar nas tarefas de aprendizado.

Além dos aspectos neurológicos, os psicológico-comportamentais também interferem no sucesso acadêmico. O pesquisador Shawn Achor observou os estudantes de Harvard por anos e identificou que o nível de otimismo, suporte social e capacidade de lidar com o estresse de forma positiva são preditores de sucesso mais fortes do que o tradicional QI.

Um estudo da Universidade da Califórnia também indicou que “se sentir feliz” é um precursor do sucesso profissional, e não uma consequência deste. Esses resultados nos indicam que a forma como entendemos a nossa realidade determina a nossa atitude diante dela. Por isso, pessoas que não dependem de fatores externos (como notas ou promoções) para se sentirem felizes acabam tendo mais chances de conquistar essas mesmas coisas.

Na prática, ganhar consciência sobre como interpretamos as circunstâncias pode necessitar da ajuda de um profissional. Pessoas com depressão, por exemplo, têm dificuldade de encarar as situações de forma positiva. O ambiente externo também tem influência sobre como nos sentimos, especialmente em circunstâncias extremas sobre as quais temos pouco controle, como a atual.

O que está, então, ao nosso alcance fazer? 

Um primeiro passo é ganhar consciência sobre nossos processos e emoções durante o dia. É importante descobrir práticas que possam ajudar a trazer equilíbrio para nosso estado emocional, como mindfulness, música, exercícios físicos ou conversas. A ajuda profissional também é bem-vinda.

Outro ponto é observar nossos “sabotadores”: aqueles hábitos que usamos para fugir de onde deveria estar o nosso foco. Eles são formas de escape para não lidarmos com possíveis emoções negativas, como frustração por não resolver uma questão ou por não conseguir entender um parágrafo mais complexo. As redes sociais são as tentações mais comuns. Melhor do que apenas tentar reprimir esses hábitos é ganhar, continuamente, consciência sobre o que nos leva até eles. Assim, podemos lidar com o que está causando a nossa dificuldade.

Por fim, é preciso ter em mente nossa motivação. O que nos leva a querer aprender algo novo? É importante ter claro aonde pretendemos chegar a partir desse aprendizado. Nas horas mais difíceis, só as coisas que mais nos motivam conseguem nossa atenção. Por isso, lembre-se sempre do que poderá conseguir caso cumpra seu plano de desenvolvimento.

Por fim, as soluções de tecnologia educacional podem ter um papel crucial na nossa resposta emocional à atividade educacional. Interfaces intuitivas e design instrucional engajante reduzem a frustração e contribuem para um estado emocional mais preparado para aprender. Propostas lúdicas e divertidas, com recursos de gamificação, também podem motivar os menores. Na Education Journey, as soluções são escolhidas com cuidado para que você encontre sempre a melhor experiência!

Referências:

Damásio, António. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. Editora Companhia das Letras, 2012.

Boehm, J. K., & Lyubomirsky, S. Does happiness promote career success? Journal of Career Assessment, 16 (1) (2008) 101–116.

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