A aprendizagem autodirigida supõe assumir o protagonismo da própria evolução. Mas como saber que rumos tomar quando tudo muda à nossa volta?

Por Camila Pereira

Quando pensamos nas transformações em curso na sociedade, não é difícil entender por que a aprendizagem autodirigida deve se tornar cada vez mais comum. A era da informação, afinal, pede constante atualização. A educação já não pode ser encarada como uma etapa da vida, e sim como algo que nos acompanhará durante toda nossa trajetória. Cada indivíduo precisa se tornar protagonista de sua própria evolução.

Para isso, é fundamental traçar os próprios objetivos de desenvolvimento, identificar os melhores recursos de aprendizagem, implementar estratégias apropriadas de estudo e até mesmo avaliar os resultados obtidos. É isso que tornará seu processo  aprendizagem autodirigida bem sucedido.

No entanto, muita gente esbarra já no primeiro passo. Se há tantas novidades no horizonte, que habilidades deveríamos priorizar?

Para refletir sobre essa questão, que tal fazer um exercício? Primeiro, veja a lista abaixo, que traz uma combinação de datas e países. Depois, pense sobre o que você aconselharia a uma pessoa que vivesse em cada um desses contextos. No que você acha que ela deveria investir para seu desenvolvimento pessoal e profissional?

• 1415 em Portugal: no começo do século XV, aconteceram as navegações que deram início à expansão do território português a partir da colonização; 
• 1760 na Inglaterra: por volta desse ano, iniciou-se a Revolução Industrial na Inglaterra;
• 1928 na Alemanha: um ano depois, aconteceria a Grande Depressão, que iria impulsionar a ascensão do Partido Nazista;
• 1994 nos EUA: a partir de 1995, iniciaria uma fase de crescimento acelerado das empresas de internet, com posterior estouro da bolha dot com em 2000;
• 2019 no Brasil: não faz muito tempo, mas quantos paradigmas já foram quebrados desde então, não é mesmo?

Nos casos acima, talvez você aconselhasse nossos amigos fictícios a desenvolverem novas habilidades para o mercado de trabalho, a estudar melhor alguns tipos de investimentos ou mesmo a desenvolver consciência crítica a respeito de movimentos políticos e sociais. Porém, a verdade é que, para quem viveu cada um desses períodos, era muito difícil prever as oportunidades e os desafios que se apresentariam nos anos seguintes. Nossa tendência é a de olhar para a história recente, ao que assistimos a partir da nossa experiência, e tirar de lá conclusões para o futuro. Porém nem sempre essa premissa é válida — no fim das contas, vivemos num mundo BANI.

Além disso, a tendência é a de que mudanças tecnológicas e, consequentemente, sociais aconteçam de forma cada vez mais rápida. O engenheiro e empreendedor Gordon Moore observou, em 1975, que o número de transistores dos chips dobrava a cada dois anos em média. Com isso, a capacidade de processamento de computadores avançava de forma exponencial. Esse fenômeno foi chamado de Lei de Moore. Embora não seja uma evidência científica, a Lei de Moore pode ser observada historicamente em muitas evoluções tecnológicas, desde os meios de transporte até a biologia genética. Quando um determinado nível de conhecimento científico é alcançado, a tendência é a de que ele possibilite muitos outros.

Uma das características do crescimento exponencial, naturalmente, é a de que ele é muito acelerado. Mas, quando estamos no começo da curva, nem sempre é possível perceber que se trata de um crescimento exponencial. Isso cria a necessidade de saber lidar com a ambiguidade no processo de desenvolvimento contínuo. O que é possível fazer diante de tantos cenários possíveis? Aqui vão algumas dicas!

• Use a informação a seu favor 

No livro Superprevisões , o autor Philip Kotler mostra que a maioria dos especialistas fazem previsões incorretas. Isso ocorre porque todos temos vieses, e as previsões que fazemos são baseadas nas nossas crenças e valores. Porém, as pessoas que se destacaram em acertar os resultados sobre o que aconteceria tinham uma característica em comum: elas baseavam suas previsões nas informações concretas disponíveis e as adaptavam sempre que informações novas eram apresentadas.

Informação é um recurso cada vez mais valioso e disponível. Exercitar a capacidade analítica, ou mesmo adquirir novas habilidades para coletar e processar informação, é uma ferramenta importante para acompanhar as mudanças do mundo contemporâneo.

• Busque autoconhecimento e desenvolva habilidades emocionais

Muitas fontes (nem sempre confiáveis) de informação, redes sociais, incertezas… são muitos os fatores que podem reforçar a ansiedade nesse novo mundo. É cada vez mais evidente que o desenvolvimento intelectual não está separado do emocional. Por isso, investir em autoconhecimento e desenvolver habilidades emocionais é essencial. 

• Tenha um plano de aprendizado contínuo

Encare o aprendizado como um estilo de vida: ele não precisa ter uma data de início e uma de fim, mas deve ser contínuo. Incorporar o aprendizado no seu dia a dia é uma boa estratégia para garantir constante desenvolvimento e adaptação. Que tal estabelecer objetivos semanais, mensais e anuais de aprendizado? Clique aqui para ler nosso artigo com dez dicas práticas para se tornar um lifelong learner.

• Diversifique

A separação do conhecimento em disciplinas pode ter sido útil por muito tempo, mas, em épocas de ambiguidade, conectar os diferentes tipos de aprendizado pode ser muito mais importante. Tecnologia é essencial para quase todas as áreas. As ciências humanas não podem ficar de fora do desenvolvimento tecnológico. Conhecimento científico é fundamental para entender como o mundo está evoluindo. Além disso, aprender coisas diversas, mesmo que pareçam sem tanta utilidade imediata, serve de combustível para a criatividade. 

Por isso, é uma boa estratégia separar um tempo para explorar assuntos que sejam do seu interesse. A possibilidade de fazer formações remotas facilita bastante o acesso, não só em termos de deslocamento, mas também de tempo e dinheiro. Aproveite!

• Registre, avalie e celebre

A maior parte do aprendizado ao longo da vida acontece informalmente. Além de cursos, as leituras, mentorias, conversas e experiências também contam para o seu desenvolvimento. Para acompanhar e entender a importância dessas oportunidades, uma dica é encontrar uma forma de registrar o que você aprendeu em cada uma. Pode ser digitalmente ou no bom e velho caderninho. Você também pode avaliar se o seu aprendizado está sendo satisfatório, usando seus próprios critérios ou alinhando-os com um mentor, lembrando que demonstrar o que sabe é cada vez mais relevante do que certificados. Por fim, você pode celebrar seus novos aprendizados, seja fazendo algo que goste ou compartilhando o que aprendeu.

Você sabia que a Education Journey pode ser uma grande parceira na sua jornada de aprendizagem? A gente reúne as soluções educacionais mais inovadoras do mercado em uma única plataforma, que as empresas podem contratar como um benefício corporativo flexível para seus funcionários. Assim, cada colaborador passa a contar com uma série de cursos e ferramentas digitais para aprender o que realmente importa a cada momento de sua trajetória. Os conteúdos são relevantes e complementares, a tecnologia, amigável e inteligente, e a metodologia, superengajante. Além disso, nossas trilhas de aprendizagem tornam fácil se aprofundar nos temas mais em voga no mercado e vão te manter sempre motivado.  Quer saber mais? Entre em contato pelo formulário da home!