Cultura de aprendizagem: o que é e como implementá-la?

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Cultura de aprendizagem: o que é e como implementá-la?

Ações pontuais de treinamento não são suficientes: é preciso criar um ambiente em que cada colaborador esteja sempre aprendendo e compartilhando conhecimento

Por Bruna Fleury

No mundo dinâmico em que vivemos, tem algo que pode ser decisivo para que uma empresa se destaque no longo prazo: a presença de uma cultura de aprendizagem bem desenvolvida.

Talvez nem todo mundo saiba, mas toda empresa tem sua própria cultura organizacional. Ela é formada tanto pelos valores e códigos de conduta formulados expressamente por seus líderes quanto pela percepção que os funcionários têm das práticas em vigor em seu dia a dia. É ela que os ajuda a entender como se espera que atuem em diferentes situações.

Quando falamos em cultura de aprendizagem, portanto, estamos falando de um conjunto de crenças e costumes que, quando cultivados em uma organização, fazem com que cada colaborador esteja sempre aprendendo coisas novas e compartilhando esse conhecimento com os colegas.

Desenvolver essa cultura exige tempo e dedicação de todos os lados, mas é um esforço que vale a pena. Os impactos são sentidos em todas as áreas de um negócio, desde a produtividade individual até a retenção de talentos.

Por um lado, a aprendizagem contínua permite aos colaboradores adquirir e aprimorar habilidades essenciais para otimizar seu trabalho. Por outro, a percepção de que a empresa investe em seu crescimento aumenta o grau de satisfação do empregado, reduzindo as chances de um pedido de demissão.

Outro aspecto importantíssimo é que uma empresa com funcionários em constante evolução tem muito mais facilidade para se adaptar às transformações em curso no mundo. Basta olhar para trás algumas décadas para ver como o mercado de trabalho já mudou. Para os próximos anos, uma série de tendências devem tornar essas transformações ainda maiores.

A empresa é a nova sala de aula

Nesse contexto, fazer ações pontuais de treinamento não é mais suficiente. É preciso inaugurar uma era de aprendizado contínuo, em que as empresas se tornem uma nova sala de aula. Para isso, é fundamental fornecer uma variedade de oportunidades de aprendizagem durante a jornada de trabalho.

Muitas vezes, o compartilhamento de conhecimento dentro das organizações ocorre de forma natural. No entanto, sempre é possível potencializar as chances de que isso aconteça. Hierarquias menos rígidas, projetos colaborativos, bons canais de comunicação e programas de gestão do conhecimento são ótimas maneiras de facilitar o processo. Outra opção é investir em multiplicadores do conhecimento, que podem atuar como mentores dentro da própria organização.

Também é interessante alocar parte da jornada semanal de trabalho para que os funcionários consigam estudar. Reservar períodos para requalificação e aperfeiçoamento dos colaboradores é uma política muito eficaz e que pode gerar uma sensação de bem-estar e valorização entre os trabalhadores.

Dar liberdade para que os funcionários escolham os temas de estudo que mais lhe interessam também pode trazer frutos, apesar de alguns gestores apresentarem resistência à ideia. Lembre-se: mesmo algo que não tenha aplicação imediata pode se mostrar útil no futuro. A inovação surge justamente da capacidade de conectar diferentes assuntos e abordar velhos problemas de novas formas. Quanto maior o repertório de seus colaboradores, maiores as chances de que isso ocorra.

Os líderes são extremamente importantes em todo o processo de implementação de uma cultura de aprendizagem. São eles que vão fomentar as políticas e práticas internas para que a cultura seja assimilada por todos. Nesse sentido, favorecer um ambiente aberto de cooperação, confiança e diálogo é fundamental.

Além disso, é essencial ter a cultura de aprendizagem em mente na hora de contratar ou promover funcionários. Assegure-se de reconhecer e valorizar habilidades como a curiosidade e a capacidade de aprendizado, principalmente o aprendizado rápido. Afinal, uma coisa é certa: o que sabemos hoje é menos importante do que a nossa capacidade de aprender coisas novas.

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