Carreira de desenvolvedor de tecnologia: um caminho cheio de aprendizados

Resiliência é uma das habilidades mais demandadas para os profissionais de TI; Participação das mulheres está aumentando aos poucos

Por Tatiane Seoane

Data: 30/09/2022

A carreira de desenvolvedor de TI tem grandes desafios e um deles é a constante necessidade de atualização de conhecimento. Este é um agravante no cenário de escassez de profissionais qualificados na área de tecnologia, já que as linguagens de programação mudam o tempo todo. Se o profissional não tiver um perfil curioso, enfrentará muitos obstáculos para progredir na carreira.

Além disso, as empresas estão olhando para além do conhecimento técnico. O profissional  também precisa demonstrar conhecimento de negócios, socioemocionais e de gestão de pessoas. ̈As boas práticas de liderança também estão nos requisitos do perfil dos desenvolvedores¨, diz Daniel Rocha, CTO da Resilia Educação, que participou ao lado de Aline Ramos, engenheira de software do Banco PAN, do webinar da série Carreiras da Education Journey com o tema ¨Desenvolvedores Tech¨. A mediação do evento foi de Marcelo Bufrem, CTO da Education Journey.

Durante o papo, os convidados falaram sobre como a rotina dos desenvolvedores é dinâmica e que situações novas que precisam de resolução rápida são recorrentes. Por isso, um ambiente compartilhado e colaborativo é um diferencial. ¨As habilidades socioemocionais são desenvolvidas nas trocas do dia a dia¨, conta Daniel. 

Proatividade e saber lidar com conflitos também são habilidades valorizadas neste perfil de profissional, mas que têm faltado no currículo. Tanto é assim que Aline comenta durante o webinar que encontrar desenvolvedores sênior é uma das barreiras para preencher as vagas ofertadas. 

As transformações provenientes da pandemia também afetaram a competitividade na busca de talentos. Com a possibilidade do trabalho remoto, os profissionais mais experientes recebem ofertas para atuar em empresas de outros países e, logo, com salários melhores.

Isso tem a ver com a valorização dos profissionais que agora são requisitados por pequenas e grandes empresas. Mas segundo Daniel, o profissional deve avaliar bem as oportunidades dependendo do seu momento de vida:  ̈Não adianta estar em uma empresa grande se isso não traz benefícios”, afirma. 

Já Aline argumenta que alguns profissionais buscam outros tipos de atrativos: ¨O trabalho remoto pode ser mais atraente que um salário alto, principalmente para os profissionais que querem dar mais prioridade para questões da vida pessoal, como passar mais tempo com os filhos¨, completa.

Mulheres na tecnologia

A inserção das mulheres é um processo ainda lento, mas constante. Nos últimos cinco anos, a participação feminina na área de tecnologia aumentou 60%, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse aumento se deve principalmente pelas iniciativas de Diversidade e Inclusão nas empresas.

No Banco PAN, de 2009 para hoje, o número de mulheres no departamento de tecnologia subiu de quatro para mais de 30. ¨Estamos aos poucos tirando este véu de que a tecnologia é masculina ̈, diz Aline, que afirma nunca ter sofrido preconceitos em seu ambiente de trabalho atual, mas que no início da carreira sentia que tinha que provar muito mais o seu valor tecnicamente. Já na Resilia Educação, 69% do time de tecnologia é formado por mulheres. 

Aline reforça que para se desenvolver na profissão o importante é não desistir. ̈Esta carreira demanda persistência, muito estudo, foco e disciplina ̈, diz. A profissional sugere aproveitar a grande quantidade de materiais gratuitos disponíveis que colaboram para esta jornada de conhecimento e para saber mais sobre a inclusão da mulher na área de tecnologia. 

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