Cidadania global: educação para um novo mundo
Publicado por Bruna Fleury
Data: 18/11/2020
À medida que a sociedade muda, é necessário que a educação acompanhe reformulando sua própria atuação e se desafiando a criar cada vez mais cidadãos responsáveis e reflexivos, que sejam atuantes na promoção de um mundo mais equitativo e sustentável. Nesse contexto, transmitir conhecimento não é o bastante e a colaboração passa a ser a chave para resolução de problemas dentro e fora da sala de aula.
A Educação para Cidadania Global objetiva ser um catalisador de transformação ao desenvolver conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que os alunos precisam para contribuir para esse projeto de mundo mais inclusivo, justo e pacífico. Quais seriam as características do novo modelo de ensino? Ele precisa ser adaptado ao contexto, com ênfase na aprendizagem baseada na prática, no encontro com a comunidade e na colaboração. Essa abordagem requer metodologias formais e informais, intervenções curriculares e extracurriculares e mecanismos de participação convencionais e não convencionais
Os fundamentos normativos da educação para a cidadania global estão presentes na recomendação da UNESCO sobre a Educação para a Compreensão, Cooperação e Paz Internacionais e a Educação Relativa aos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, de 1974. Ela desenvolveu, através da contribuição de especialistas, as dimensões conceituais da Educação para Cidadania Global (ECG) e da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS). Conforme enunciado na Constituição da UNESCO, “uma vez que as guerras se iniciam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que devem ser construídas as defesas da paz”. Esta visão de paz duradoura requer um compromisso com quatro tipos de aprendizagem diretamente relacionados à ECG e frequentemente chamados de quatro pilares da educação cidadã¹:
- Aprender a conhecer que significa adquirir os instrumentos da compreensão. Como o conhecimento é múltiplo e está sempre em constante evolução o processo de aprendizagem nunca está acabado e pode enriquecer-se com qualquer experiência
- Aprender a fazer para assim poder agir no mundo, objetivando adquirir não somente uma qualificação profissional, mas competências que tornem a pessoa apta a enfrentar diversas situações e a trabalhar em equipe
- Aprender a conviver a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências e aprendizado em gerir conflitos, observando-se o respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
- Aprender a ser via essencial que conjuga as três anteriores, para melhor desenvolver a personalidade, criando condições para agir de forma cada vez mais autônoma, com discernimento e responsabilidade pessoal.
Aprender a viver juntos significa “desenvolver uma compreensão de outras pessoas e um apreço pela interdependência – realizando projetos conjuntos e aprendendo a gerir conflitos – em um espírito de respeito pelos valores de pluralismo, compreensão mútua […] e paz.”²
¹. DELORS, J. et al. Learning: the treasure within. Report to UNESCO of the International Commission on Education for the Twenty-First Century. Paris: UNESCO, 1996.
². Idem.
Fontes:
http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/FIELD/Brasilia/pdf/brz_ed_global_citizenchip_brochure_pt_2015.pdf
https://en.unesco.org/themes/gced
https://academicimpact.un.org/content/global-citizenship-education
http://www.demokratiezentrum.org/fileadmin/media/pdf/Materialien/GlobalCitizenshipEducation_Final_english.pdf
https://brasil.un.org/
https://www.conectandomundos.org/pt/ciudadaniaglobal