Como tornar o ensino personalizado uma realidade?
Mesmo com muitos alunos em classe, é possível adotar medidas que levem em consideração as particularidades de cada estudante para melhorar a aprendizagem
Por Luisa Pereira
De acordo com dados do Censo Escolar, a média de estudantes por turma em 2017 foi de 30,4 no Ensino Médio, 23 no Ensino Fundamental e 16,3 na Educação Infantil. Diante desse cenário, adotar o ensino personalizado pode ser bastante desafiador. Afinal, a transição para esse modelo que leva em consideração os interesses e particularidades de cada estudante não depende apenas da vontade do professor — são necessárias também políticas educacionais e uma cultura escolar que favoreçam esse olhar mais individualizado.
Porém, ainda que a situação não seja a ideal, há formas de implementar gradativamente o ensino personalizado — um meio-termo para oferecer uma experiência mais significativa aos alunos diante da impossibilidade de implementação total.
Aqui estão três dicas para trazer o ensino personalizado para a sala de aula:
- Use edtechs para criar ambientes de aprendizagem personalizados
Sem o uso da tecnologia, o ensino personalizado não tem como atingir a escala necessária para a realidade brasileira. A boa notícia é que há cada vez mais empresas de tecnologia educacional (as chamadas edtechs) com soluções para os mais diversos desafios enfrentados pelos educadores. Assim, fica mais fácil apresentar o conteúdo em diferentes formatos, obter dados mais precisos sobre os pontos fortes e fracos de cada aluno e atuar para auxiliar os estudantes ao longo de toda a jornada de aprendizagem — até porque as tecnologias ajudam a reduzir o tempo normalmente gasto com correções de provas e outras tarefas, deixando o professor mais disponível para essa atenção individualizada.
No podcast da Education Journey, nossa CEO, Iona Szkurnik, conversa com alguns dos empreendedores à frente das principais edtechs em operação no país. É uma excelente oportunidade para conhecer o que essas soluções têm a oferecer!
- Permita que os alunos tenham voz na aprendizagem
Estudantes que têm a oportunidade de contribuir com a própria educação tendem a se engajar mais com o conteúdo e tirar maior proveito das atividades realizadas. Para aumentar o poder de decisão dos alunos em relação à aprendizagem, o Metropolitan Regional Career and Technical Center (The MET), de Providence, Estados Unidos, promove encontros diários entre cada estudante e seu orientador. Durante essas reuniões, os alunos refletem sobre os temas que estão trabalhando, planejam novas metas e, em conjunto com o orientador, delineiam como vão medir o conhecimento adquirido e comunicar os resultados de seu projeto. O sucesso da iniciativa consta de um estudo da empresa de pesquisas Hanover Research.
- Crie múltiplas oportunidades para os alunos demonstrarem conhecimento
Apesar de testes e atividades avaliativas serem muito comuns no espaço escolar e acadêmico, a oportunidade de demonstrar o conhecimento de formas variadas e “pouco convencionais” permite que os estudantes desenvolvam outras habilidades além da memorização. Isso cria sistemas mais justos para a avaliação do progresso do aluno. Uma ótima forma de fazer isso é trocar os exames tradicionais por projetos que permitam a aplicação do conteúdo em um cenário prático. Há ainda outras opções: a escola Middletown, de Nova York, decidiu implementar uma pesquisa de auto-avaliação que os alunos preenchem em cada etapa da aprendizagem. Dessa forma, os estudantes se sentem mais envolvidos com o processo e os professores podem intervir precocemente para ajudar quem necessita de apoio.
Quer entender mais sobre o ensino personalizado e conhecer os benefícios de colocar os estudantes no centro do processo de aprendizagem? Leia nosso artigo “Personalização do ensino: a tendência que veio para ficar”.