Cultivando espaços para carreiras LGBTQIAP+
O mercado de trabalho para profissionais LGBTQIAP+ pode ser mais desafiador e apresentar mais barreiras.
Por Gabriel Visane
30/06/2022
A identidade de gênero e orientação sexual são características pessoais e não influenciam na capacidade profissional de uma pessoa. Ou seja, na hora da decisão final de uma contratação, temos que ser imparciais e devemos julgar apenas com base na formação, experiências, capacidades técnicas e socioemocionais do candidato ou candidata. Afinal, o critério de análise de competências em uma posição de trabalho deveria ser o mesmo independentemente de quem está sendo avaliado.
Porém, o preconceito existente no mercado de trabalho, em sua maioria velado e estrutural, afeta diretamente a contratação, a carreira e as atividades exercidas por profissionais LGBTQIAP+. Uma pesquisa realizada pela Santo Caos em 2022 revelou que estes profissionais não se “assumem” ou “saem do armário” por medo de discriminação. Em outra pesquisa também realizada pela consultoria Santo Caos, 65% dos profissionais LGBTQIAP+ relatam já ter sofrido discriminação no trabalho. Portanto, não é surpresa que 53% dos profissionais LGBTQIAP+ não declarem sua orientação sexual ou, caso o façam, revelem apenas para pessoas próximas, normalmente do mesmo nível hierárquico.
Acolhendo a comunidade LGBTQIAP+
Ninguém é igual a ninguém, precisamos dar espaço para as minorias, ou seja, aqueles que fazem parte de grupos de afinidade seja ele de gênero, raça e etnia, deficiência, orientação sexual, entre outros. A diversidade é, sim, contratar pessoas com diferentes características e histórias de vida, mas elas precisam ter voz e ser ouvidas. Vai além de ter uma ideia respeitada durante uma reunião. É preciso acolher e procurar entender quais são os desafios de estar em um ambiente como minoria.
Às vezes, as mesmas empresas que dizem estar prontas para receber esses profissionais, não investem em um programa para educar seus colaboradores sobre diversidade e inclusão. Sem contar que, muitas empresas apenas se utilizam da causa como estratégia de marketing para promover sua imagem e parecer que realmente têm uma pauta voltada para diversidade e inclusão. Já existe até um termo para essa atitude, que é conhecida como pinkwashing.
Iniciativas para ensinar, ajudar ou orientar os colaboradores a lidarem com a diversidade no ambiente corporativo podem fazer a diferença para o sentimento de pertencimento. Afinal, a diversidade por si só não garante inclusão. É preciso criar um ambiente de trabalho agradável e de clima favorável à inclusão. Um ambiente que promova, encoraje e valorize as diferenças.
Espaços mais diversos aumentam a produtividade
Segundo a pesquisa de diversidade realizada pela Mckinsey, empresas que têm um time diverso apresentaram resultado financeiro 35% superior àquelas que não têm um programa de inclusão. Equipes com melhor performance estão quase sempre associadas à presença de uma pessoa da comunidade.
Portanto, quando for contratar alguém da comunidade LGBTQIAP+, pense em como desenhar um programa para atração desses talentos, mas também em como preparar sua equipe para receber e acolhê-los. Para isso, existem recursos e jornadas de aprendizagem, como as soluções oferecidas pela plataforma da Education Journey, que podem ensinar e letrar organizações e colaboradores que estejam dispostos a abrir as portas para abraçar cada vez mais uma comunidade que busca o amor.
Ao promover esse espaço convidativo, essas empresas se tornam mais humanas e tolerantes, atraem e retêm os talentos, melhoram a qualidade de vida dos colaboradores, ganham novas perspectivas e transmitem uma imagem cada vez mais positiva.