Autoconhecimento e informação são fundamentais para evitar armadilhas e identificar oportunidades na gestão que fazemos do nosso próprio dinheiro
Publicado por Education Journey
Data: 22/09/2021
Encontrar trabalho e melhorar a renda familiar são alguns dos principais objetivos que levam as pessoas a investirem em sua própria educação. No entanto, relativamente pouca gente destina o tempo e a energia necessários para aprender a gerenciar melhor o resultado desse esforço. Apesar de fundamental para o desenvolvimento pessoal, a educação financeira muitas vezes fica esquecida.
No Brasil, onde cerca de 70% das famílias estão endividadas, o tema ganha ainda mais importância. Pensando nisso, a COO da Education Journey, Marcela Quintella, recebeu o colunista da InfoMoney e Head de Educação Financeira da XP Inc, Thiago Godoy, para uma conversa sobre o assunto. O papo pode ser conferido no episódio #5 do podcast Jornada do Aprender.
De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), educação financeira é “o processo através do qual os consumidores e investidores melhoram a sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros, e, com informação, formação e orientação, desenvolvem as habilidades e a confiança necessárias para se tornarem mais conscientes de oportunidades e riscos, fazerem escolhas bem informadas, saberem onde procurar ajuda e adotarem outras ações que melhorem o seu bem-estar financeiro”.
No podcast, Thiago ressalta que há muitos componentes emocionais que influem na hora de decidir o que fazer com nosso dinheiro — ou com a falta dele. Por isso, uma boa educação financeira depende não apenas de informações objetivas, mas também da educação socioemocional. “Educação financeira é autoconhecimento”, diz.
Para ter um comportamento financeiro adequado, é essencial que a pessoa faça uma reflexão prévia. A disciplina necessária para poupar e gerir de forma saudável o dinheiro pede que olhemos não apenas para os recursos que temos à disposição, mas também para os gastos que podemos cortar, os objetivos e sonhos que queremos alcançar e as diferentes formas de viabilizá-los ao longo do tempo.
Quanto antes uma pessoa começar a pensar sobre essas questões, melhor. Não por acaso, o letramento financeiro foi incluído como um tema transversal da BNCC (Base Nacional Comum Curricular, documento normativo que define as aprendizagens essenciais da Educação Básica).
Além disso, foi desenvolvida a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), que tem como finalidade difundir ações gratuitas de educação financeira, articulando sociedade civil, governo e iniciativa privada. Trabalhando nessa iniciativa, Thiago diz ter visto de perto o impacto que o tema tem na vida dos estudantes.
“Quando a gente traz [a educação financeira] para o dia a dia do jovem, ele se torna um adulto mais capaz de lidar com seus recursos, tomar boas decisões, planejar seu futuro, conquistar os seus sonhos e não cair em armadilhas financeiras como pirâmides e créditos equivocados”, diz.
E os efeitos positivos não param por aí: ao abordar questões financeiras, a escola ajuda também a melhorar habilidades de matemática e interpretação de texto dos alunos. Além disso, os efeitos positivos se estendem à própria família dos estudantes, já que esses costumam levar para casa seus aprendizados sobre como gerir o dinheiro.
Quer entender mais sobre o tema e saber como dar os primeiros passos em seu próprio planejamento financeiro? Ouça agora nosso podcast!
Sobre Thiago Godoy
Thiago Godoy é head de educação financeira da XP Inc. e colunista do InfoMoney. Especialista em bem-estar financeiro e psicologia do dinheiro, foi diretor de mobilização de recursos e relações governamentais da Associação de Educação Financeira do Brasil, atuando especialmente com populações de baixa renda e escolas públicas.