Intercalar aulas presenciais e remotas não é suficiente nesse modelo. O verdadeiro objetivo é permitir que os alunos virem protagonistas de seu aprendizado
Por Education Journey
Data: 28/07/2021
O isolamento social provocado pela pandemia trouxe a necessidade de uma mudança de paradigmas às pressas, e o ensino híbrido ascendeu nos tópicos de discussão sobre educação. Mas será que este termo está sendo bem empregado? Uma confusão comum é a de associá-lo à simples prática de intercalar aulas on-line e remotas. Esse entendimento, no entanto, está ultrapassado.
Em suas acepções mais recentes, o ensino híbrido tem sido compreendido como a combinação de diferentes tempos, espaços, ferramentas e linguagens de aprendizagem, de forma a tornar o aluno protagonista de sua jornada de estudos.
Para explorar mais esse tema, a COO da Education Journey, Marcela Quintella, entrevistou o coordenador do curso de licenciatura do Instituto Singularidades, Marcelo Ganzela. A conversa está no episódio #3 do podcast Jornada do Aprender.
Marcelo diz que a pandemia escancarou a necessidade de repensarmos o modelo tradicional de educação, baseado na transmissão vertical de conhecimento. Frente à impossibilidade de trabalhar em sala de aula como antes, o aprendizado híbrido se tornou uma alternativa atrativa.
Não basta, no entanto, transpor o mesmo modelo das aulas presenciais para o ambiente on-line. A tecnologia, na verdade, nem mesmo é imprescindível para o ensino híbrido. Sem dúvida alguma ela tem muito a aportar, mas também é possível trabalhar com propostas de experiências que possam ser feitas sem a mediação da tecnologia no tempo em que os estudantes não estão na escola.
O mais importante é ter em vista os conteúdos e habilidades que os alunos precisam aprender e, a partir daí, pensar em diferentes maneiras de desenvolvê-los. O professor se torna então alguém que estimula, planeja, aponta caminhos, mas sempre induzindo o aprendizado autônomo. O estudante passa a ter muito mais controle sobre diferentes aspectos de sua jornada, decidindo a ordem em que vai executar as atividades, em qual tempo e duração, como vai aprender ou mesmo o que vai aprender.
Benefícios
No momento atual, o principal benefício dessa abordagem é permitir a continuidade dos estudos mesmo com as restrições impostas pela pandemia. Mas há outras vantagens que se estendem para além da situação presente.
Uma delas é a maior flexibilidade proporcionada pela combinação de aulas de acompanhamento presencial com outras de aprendizagem assíncrona, o que pode facilitar a conciliação dos estudos com o trabalho e outros compromissos familiares. Isso é especialmente importante no caso de alunos universitários de renda mais baixa.
Já no longo prazo, o efeito esperado é que o estudante desenvolva a capacidade de buscar e construir o conhecimento de forma autônoma, dependendo menos de que alguém lhe transmita as informações de forma mastigada. Isso lhe permitirá seguir aprendendo por toda a vida — e que melhor maneira de preparar alguém para esse mundo em constante transformação?
Ouça agora mesmo o podcast Jornada do Aprender para mais insights sobre o ensino híbrido!
Sobre Marcelo Ganzela
Licenciado em Letras pela Unesp, Marcelo é professor e coordenador do curso de Licenciatura em Letras no Instituto Singularidades.
Quer saber mais sobre os diferentes modelos de ensino híbrido? Leia nosso artigo sobre o tema! Aproveite também para conhecer mais sobre a aprendizagem ao longo da vida, ou lifelong learning no termo em inglês. E, se nosso conteúdo está sendo útil para você, deixe seu comentário!