Ensino remoto: o que aprendemos até agora

Navegue por tópicos

Compartilhe via:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Ensino remoto: o que aprendemos até agora

As limitações às aulas presenciais deixaram mais evidentes não só os desafios da educação à distância, mas também as melhores formas de lidar com eles

Publicado por Camila Pereira
Data: 11/12/2020
Atualizado em 10/05/2021

Passar a ensinar e a aprender remotamente foi provavelmente uma das transições mais duras em 2020 para quem está no dia a dia da educação. Antes da pandemia de Covid-19, o modelo à distância ainda não era amplamente difundido e, mesmo para quem já o adotava, ainda havia muito a seu respeito para ser entendido. Ao chegarmos até aqui, alguns dos desafios e possíveis soluções do ensino remoto já ficaram mais claros. A seguir, apresentamos um resumo das principais questões que aprendemos até agora:

Conectividade

De longe, o maior desafio enfrentado pela educação brasileira nesse momento é o de acesso a dispositivos com uma boa conexão de internet. Enquanto em muitos países a adoção do ensino on-line foi rápida, por aqui tivemos que desenvolver os mais diversos tipos de solução para que o conteúdo chegasse aos estudantes. Ainda assim, segundo uma pesquisa do Datafolha publicada em julho de 2020, quase 20% dos alunos não estavam recebendo atividades escolares em casa. Além disso, a ausência de conectividade dificulta bastante a comunicação e o acompanhamento da turma. A primeira barreira é, portanto, estrutural: precisa ser endereçada por políticas públicas que permitam a inclusão digital dos estudantes. Enquanto isso não ocorre, gestores e professores devem tentar conhecer a situação particular de cada aluno, já que ela pode variar muito daqueles com computador próprio com acesso à wi-fi de alta velocidade a outros restritos ao uso dos celulares dos pais, com pacotes de dados limitados ou mesmo sem internet. Sabendo o perfil das turmas, é possível pensar em soluções que funcionem melhor para cada realidade. Áudios de WhatsApp, por exemplo, consomem muito menos internet do que videoaulas ou reuniões virtuais.

Síncrono x assíncrono

Um dilema que emerge com o ensino remoto é o da necessidade de sincronicidade, ou seja, da realização de atividades de forma simultânea por exemplo, com o professor dando uma aula ao vivo enquanto os alunos a assistem. Presencialmente é muito natural que as atividades pedagógicas sejam executadas por todos ao mesmo tempo. Porém, o ensino remoto trouxe para muitos estudantes a necessidade de trabalhar de forma individual e no tempo determinado por eles mesmos, especialmente tendo em conta as dificuldades de conexão de muitas famílias.

Essa configuração pode ter gerado a oportunidade de entender melhor como os alunos preferem distribuir o próprio tempo de estudos e de fazer um melhor aproveitamento dos momentos passados com a turma, com menos transmissão vertical de conhecimento e mais discussões e trabalhos em pequenos grupos.

Porém, não ter ajuda disponível pode ser um entrave para o aprendizado e gerar frustrações, especialmente no caso de crianças mais novas. A falta de rotina da situação de pandemia também é um forte agravante e dificulta que os estudantes estabeleçam a autodisciplina necessária para organizar seu tempo de estudo independente. Uma forma de conduzir essa situação é ampliar gradativamente as tarefas a serem realizadas de forma autônoma, conforme cada aluno se sinta confortável e demonstre estar pronto, e disponibilizar algum tempo para ajudas individuais.

Mentalidade de designer, também conhecido como design thinking 

O ensino remoto implica, antes de mais nada, no uso de novos formatos, ferramentas e mídias. Dificilmente há uma resposta única sobre qual é a forma certa de escolher ou utilizar cada uma delas. Uma dica é, então, abordar a situação com uma mentalidade de designer: observar como se comportam os estudantes, explorar ideias de como melhorar os resultados desejados e fazer pequenos testes. O design thinking é uma metodologia que ajuda a guiar esse tipo de processo e pode ser um aliado nesse momento de transição.

Aspectos socioemocionais

Não há dúvidas de que os aspectos socioemocionais são os mais afetados em uma situação como a atual. Embora nem todos os problemas desse tipo possam ser resolvidos pela comunidade escolar, é possível fazer algumas escolhas que reduzam seu impacto sobre o aprendizado dos estudantes.

Atenção: Seja no ambiente on-line ou analógico, gerenciar a própria atenção pode ser um desafio para o cérebro em formação de crianças e adolescentes. Criar oportunidades de fazer trabalhos ativos, como leituras em grupo, pesquisas e apresentações, pode ajudá-los a manter o foco por mais tempo. 

Conexões: A sensação de isolamento pode ser um amplificador das dificuldades dos estudantes. Para criar oportunidades de conexão no modelo remoto, explore atividades em pequenos grupos, de forma que todos os alunos consigam interagir e participar. Além disso, criar espaços em que os alunos possam pedir ajuda individualmente contribui para que se sintam apoiados. Clique aqui para mais dicas sobre como promover a interação no ensino remoto.

Autodisciplina: é muito difícil cobrar autodisciplina dos estudantes, especialmente em um momento tão conturbado. Mas, progressivamente e na medida do possível, podemos ajudá-los a avaliar como podem melhorar sua experiência de estudo. Exercícios de meditação e mindfulness também podem ser de grande ajuda.

Proximidade com as famílias

Se em situações normais a colaboração das famílias já é de extrema importância para a educação de crianças e adolescentes, no contexto do ensino remoto ela se torna ainda mais primordial. É recomendado que o professor converse com os responsáveis pelos alunos para entender a situação particular de cada família e dar sugestões que ajudem os estudantes a se manterem engajados com as atividades escolares, como por exemplo estabelecer uma rotina, reservar um espaço adequado para o estudo e adotar medidas que diminuam as distrações on e off-line.

Quer saber mais sobre o ensino remoto? Não perca nossos artigos sobre como promover a interação nas aulas on-line e sobre como as famílias podem ajudar os estudantes a se manterem engajados com a aprendizagem.

Notícias relacionadas

Transforme sua organização com a mobilidade interna profissional

Transforme sua organização com a mobilidade interna profissional

Como criar uma cultura de aprendizagem em organizações modernas

Como avaliar o ROI em treinamentos corporativos?

Como avaliar o ROI em treinamentos corporativos?

Assine nossa news

E fique bem por dentro de todas as novidades da EJ