O papel do professor na era do aprendizado contínuo
Quando volumes incríveis de informação estão ao alcance de um clique, o papel do professor já não é mais o mesmo. Mas sua importância continua enorme
Publicado por Education Journey
Da época em que as enciclopédias eram vendidas de porta em porta à era da quase onisciência de buscadores como o Google, muita coisa mudou na forma como acessamos informações no nosso dia a dia. Pensando nisso, não é difícil entender por que também o papel do professor já não é mais o mesmo de anos atrás.
Mas não entenda mal: a figura do professor continua sendo fundamental para nossa formação e desenvolvimento — e por cada vez mais tempo, já que a aprendizagem agora é para a vida toda. A questão é que, hoje em dia, o bom educador não ocupa mais aquela posição de transmissor soberano do conhecimento, e sim a de alguém que instiga, orienta, aponta caminhos, promove o pensamento crítico e fomenta a criatividade dos estudantes.
Mais do que um instrutor, portanto, o novo professor é um mentor e um mediador: alguém capaz de motivar e de capacitar os alunos para que sigam sempre aprendendo. Essa é a melhor estratégia para prepará-los para o século XXI — afinal, a forma como nos relacionamos e trabalhamos não para de mudar, exigindo atualização constante de todos nós.
Assim, não basta repetir o modelo que vigorou nos últimos séculos. Ficar em pé em frente à turma ditando um conteúdo que pode ser facilmente encontrado na internet já não faz nenhum sentido. Muito mais importante é proporcionar aos estudantes oportunidades que lhes permitam aprender a navegar criticamente no rio cada vez mais caudaloso de informações, reconhecendo (e bebendo) de fontes confiáveis, fazendo conexões entre diferentes assuntos e aplicando esse conhecimento de forma prática e em colaboração com outras pessoas.
Para isso, é preciso construir uma relação mais horizontal com os alunos, considerando seus interesses e particularidades, oferecendo diferentes materiais de consulta, propondo reflexões, ajudando-os na resolução de problemas reais e criando ambientes que favoreçam a colaboração e a experimentação. E isso não precisa necessariamente ser feito de forma presencial; há inúmeros exemplos de bons professores que se dedicam ao ensino on-line ou híbrido.
Portanto, é muito importante não ter medo de explorar novas metodologias e tecnologias. Elas podem ser grandes aliadas na hora de desenvolver a autonomia e personalizar a experiência do estudante. Do aprendizado baseado em projetos à sala de aula invertida, há muitas maneiras de tornar a aprendizagem mais significativa, seja no Ensino Básico ou nas iniciativas de desenvolvimento profissional.
Além disso, o mundo atual é rico em livros, vídeos, podcasts e plataformas gamificadas: um universo enorme de recursos que podem contribuir para o entendimento dos mais variados assuntos. O novo papel do professor inclui estar atento a essa diversidade de opções e tentar adaptar ao máximo o ensino às características e preferências de cada aluno.
Não é um caminho fácil, mas tampouco é impossível. Para chegar lá, é essencial tornar a educação uma prioridade absoluta, reduzindo turmas, fornecendo infraestrutura adequada, investindo na formação e na carreira dos profissionais do setor e reconhecendo o valor insubstituível de um professor bem preparado em todas as etapas de nossas vidas. O futuro do Brasil agradece.
Como estudante, quais características você mais aprecia em um professor ou professora? E, se você é educador, o que considera mais difícil nessa transição de papéis? Deixe seu comentário abaixo!