Reskilling e upskilling: as novas palavras de ordem

A transformação digital, o aquecimento global e a pandemia de coronavírus exigem que as empresas invistam na requalificação e no aprimoramento dos profissionais

Por Bruna Fleury

Você sabia que estamos vivendo uma emergência de requalificação? O alerta foi feito em 2020 pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo a instituição, as empresas, os governos e as sociedades precisam trabalhar juntos e com urgência para preparar as pessoas para um mundo em rápida transformação. Cada vez mais, reskilling e upskilling devem ser as palavras de ordem.

E o que significam esses termos? Ambos derivam da palavra em inglês skill (habilidade), acompanhados pelos prefixos re, que dá a ideia de repetição, e up, que dá idade de ascensão, melhoria. Em português, uma tradução aproximada seria requalificação e aprimoramento.

Ou seja, quando falamos em reskilling, estamos nos referindo ao processo de capacitar novamente um profissional, fazendo com que ele desenvolva habilidades totalmente novas, que o preparem para dar uma direção diferente à sua carreira. É o caso, por exemplo, de uma vendedora que decide aprender programação.

Já o processo de upskilling consiste na melhoria e no aperfeiçoamento de um conjunto de habilidades que a pessoa já possui. Trata-se de um caminho de crescimento vertical, em que suas competências são otimizadas, aumentando suas chances de progredir na carreira. Um bom exemplo seria o de um jornalista que produz conteúdo on-line e que resolve fazer um curso de SEO para melhorar o posicionamento do material que produz na página de resultados do Google e outros buscadores.

Se pensamos em como o mundo está mudando à nossa volta, não é difícil entender por que esses dois processos têm ganhado tanta importância. A transformação digital, o aquecimento global, o aumento da longevidade e a própria pandemia de coronavírus nos impedem de continuar fazendo as coisas como sempre as fizemos. Cada vez mais, é preciso desenvolver e aprimorar competências coerentes com a realidade atual e futura.

Muitos gestores e lideranças já perceberam a necessidade de investir em reskilling e upskilling de seus colaboradores. Entre os benefícios dessa estratégia estão a melhoria das perspectivas de longo prazo da empresa, o aumento da produtividade dos funcionários e um maior poder de atrair e reter talentos.

A educação corporativa tradicional, no entanto, não é suficiente. Cada vez mais, é necessária a criação de uma cultura de aprendizagem permanente. É preciso conectar a qualificação, a requalificação e o aprimoramento contínuo com o trabalho real. Os dois, afinal, são faces da mesma moeda.

O desafio para as lideranças é preparar-se para um futuro de superaprendizado, em que seja possível desenvolver as habilidades necessárias tanto no nível individual quanto das equipes e organizações. A aprendizagem deve estar integrada ao próprio fluxo de trabalho.

Fazer essa transformação é embarcar em uma jornada que envolve várias etapas. O resultado é uma força de trabalho mais resiliente e preparada para lidar com a complexidade atual e futura.

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