STEM: ensino de ciências para a resolução de problemas

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STEM: ensino de ciências para a resolução de problemas

STEM: ensino de ciências para a resolução de problemas

Integração do conteúdo de ciências, tecnologia, engenharia e matemática ajuda a aumentar o engajamento de alunos e a desenvolver habilidades importantes

Publicado por Bruna Fleury
Data: 05/02/2021

Quer aumentar o engajamento naquelas disciplinas tantas vezes vistas como inúteis, chatas ou difíceis de aprender? O STEM é um modelo de currículo escolar baseado no fortalecimento e integração de quatro matérias específicas — ciências, tecnologia, engenharia e matemática — com foco na resolução de problemas de viés prático. Ao possibilitar a aplicação de conceitos tradicionalmente estudados apenas na teoria, costuma melhorar o comprometimento dos alunos com a aprendizagem.

O acrônimo STEM vem dos nomes das disciplinas em inglês:

  • S de science (ciência): refere-se principalmente às ciências naturais (biologia, física e química). As ciências exatas estão contempladas nas demais letras da sigla;
  • T de technology (tecnologia): inclui desde os conceitos mais básicos de domínio de tecnologias atuais até conhecimentos avançados relacionados a programação, big data, internet das coisas e inteligência artificial;
  • E de engineering (engenharia): as engenharias (civil, elétrica, mecânica e todas as demais) tornam tangíveis os temas ensinados ao aplicar conhecimento científico e matemático na criação ou melhoria de soluções práticas para nossa vida;
  • M de mathemathics (matemática): por trás da maioria das soluções propostas pela engenharia citada acima, serve como base para experiências interessantes e inovadoras.

O principal diferencial da educação STEM é a integração das matérias entre si e com o mundo real. Por ser mais dinâmica, pode ajudar aqueles alunos que têm dificuldade em absorver o conhecimento através do modelo de ensino tradicional, além de quebrar estereótipos negativos em relação a essas disciplinas.

Outros benefícios desse modelo são a maior motivação e colaboração dos estudantes, a possibilidade de causar impactos positivos na comunidade, a transferência de aprendizagem de uma situação a outra e o desenvolvimento de habilidades importantes para o presente e o futuro dos jovens.

STEM na prática

É importante compreender que o STEM representa uma mudança do paradigma da educação tradicional, focada no desempenho em exames, para um novo ideal, que se concentra em valorizar o processo de aprendizagem tanto quanto os resultados. Em essência, ele desafia os alunos a experienciar o fracasso, a tentar várias ideias, ouvir opiniões alternativas e criar uma base de conhecimento aplicável à vida real.

Não existe uma fórmula padronizada para a aplicação da educação STEM nas instituições de ensino. No Brasil, as iniciativas na área ainda são bastante tímidas, normalmente restritas a algumas escolas e cursos privados.

Alguns exercícios que integram as disciplinas e podem ser utilizados na educação STEM são o cultivo de plantas, a observação e cuidado de animais, a realização de projetos arquitetônicos com LEGO, a confecção de maquetes que atendam a algum propósito específico, a realização de lições de ciências naturais na cozinha, a construção de um robô, a criação de um website e muitos outros.

Também se podem sugerir problemas hipotéticos que exijam que os alunos pensem e criem soluções reais — por exemplo, como um personagem poderia escapar de uma determinada situação narrada em um livro de ficção? Outra alternativa é aproveitar algo da realidade da escola — como o alto consumo de energia elétrica — para que a turma pense em maneiras de reduzi-lo e calcule os investimentos necessários e o potencial de economia ao longo do tempo.

O mais importante é que, baseando-se nos quatro pilares, se tenha responsabilidade de construir currículos e metodologias estratégicos e adequados a cada etapa de ensino.

Impactos na sociedade

Mais além da sala de aula, o modelo STEM pode colaborar para a resolução de dois problemas comuns a todos os países: a falta de mão de obra qualificada, especialmente na área de tecnologia, e a falta de interesse dos estudantes por um modelo de ensino que demora a se renovar e não reflete a sociedade fora dos muros da instituição. 

Com uma política de fomento à educação STEM desde o ensino básico, é natural que mais alunos se interessem por profissões relacionadas a disciplinas científicas, tecnológicas e matemáticas. Isso pode ajudar aumentar a diversidade nessas carreiras, onde a presença de pessoas do sexo masculino e de maior poder aquisitivo é mais comum.

E, mesmo que muitos não sigam estudos universitários relacionados ao STEM, a capacidade de fazer conexões, comparações e criar soluções incentiva a reflexão e a criatividade, tão necessárias para resolver todos os problemas, mesmo aqueles que não se relacionam com as quatro disciplinas.

Na sua escola já existem projetos STEM? Deixe seu comentário e ajude a inspirar nossa comunidade de leitores!

Fontes:

https://www.livescience.com/43296-what-is-stem-education.html 

https://www.ed.gov/stem

https://fia.com.br/blog/educacao-stem/

https://escolasdisruptivas.com.br/steam/educacao-stem/

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